domingo, 13 de novembro de 2011

Se Deus nos Ama, Por Que Sofremos ?

O problema do sofrimento não é uma questão apenas filosófica, mas, sobretudo teológica. Temos dificuldade de conciliar o amor de Deus com o sofrimento humano. Os judeus questionaram o amor de Jesus por Lázaro, por este ter passado pela morte sem a intervenção de Jesus. Ao longo dos séculos se ouve sempre a inquietante pergunta: Por que sofremos ? Por que a nossa dor não cessa ?
Chamo sua atenção para alguns pontos importantes no trato dessa matéria:
1. O sofrimento não é fruto do desamor de Deus, mas do pecado humano - O sofrimento é filho do pecado. Não tivesse existido a Queda não haveria sofrimento. Somos concebidos em pecado e nascemos com uma natureza corrompida num mundo que está gemendo açoitado por muitas agruras. O sofrimento é a consequência inevitável do pecado. O pecado é como uma fonte poluída de onde flui copiosamente o sofrimento. O pecado é o solo onde crescem os espinheiros do sofrimento. O pecado é como um anzol que por trás da isca do prazer esconde a carranca do sofrimento e da morte.
2. O sofrimento é um aviso solene e altissonante aos ouvidos humanos - Se não houvesse a dor nós sucumbiríamos subitamente sem a mínima chance de buscarmos socorro. A dor é uma trombeta; o sofrimento, um aviso solene de que é impossível transgredir os preceitos de Deus sem sofrer as devidas consequências. Se a violação de uma lei física desencadeia uma consequência inevitável, assim também, a violação dos preceitos morais e espirituais deságua em sofrimento atroz. Muitos tentam abafar a voz da consciência e outros tentam negar a dor, mas mesmo aqueles que amortecem os efeitos da dor nesta vida, jamais poderão ficar livres do sofrimento eterno.
3. O sofrimento precisa ser nosso pedagogo e não nosso coveiro - Muitas pessoas se desesperam a ponto de dar cabo da própria vida ao passarem pelo vale do sofrimento. Há sofrimentos físicos, mentais, emocionais e espirituais. Há dores na alma que doem mais do que ter a carne fustigada pela doença. Não poucas pessoas revoltam-se contra Deus, como a mulher de Jó, ao passarem pelas tempestades da vida. Em vez de serem como a cera que se derrete ao sol, são como o barro que endurece ainda mais quando exposto ao seu calor. O sofrimento deve nos ensinar, em vez de nos destruir. Ele deve nos tomar pela mão e nos ensinar a viver com mais sensibilidade e sabedoria, em vez de nos enclausurar na cova existencial da morte. O rei Davi disse: "Foi-me bom passar pelo sofrimento, para que eu aprendesse os teus decretos" Salmos 119:71. Nem todo sofrimento é fruto de um pecado específico ou de um castigo. O homem que nasceu cego estava sofrendo não por causa do seu pecado ou do pecado de seus pais, mas para que nele se manifestasse a glória de Deus João 9:1-9. Neste mundo passamos por aflição e importa que entremos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações.
4. O sofrimento presente pode ser prelúdio da consolação eterna - O sofrimento deve ser visto à luz da eternidade. O sofrimento do justo é passageiro e suave quando comparado com as glórias por vir a serem reveladas nele. Nós temos uma boa esperança e uma consolação eterna. Aqui pisamos estradas crivadas de espinhos, mas, então, pisaremos ruas de ouro e cristal. Aqui nossos olhos ficam inchados de tanto chorar, mas, então, Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima.
Aqui, nós sofremos pela escassez, pela fraqueza, pela enfermidade e pelo luto, mas, então, receberemos um corpo de glória, semelhante ao corpo de Cristo. Aqui, vivemos como estranhos e peregrinos, mas em breve, mudaremos de endereço e viveremos na Casa do Pai, no paraíso, na Nova Jerusalém, na Cidade Santa, onde a dor, a morte e o luto jamais entrarão. O sofrimento é um cálice amargo, mas ele findará; então, beberemos das fontes da água da vida, que jorram sem cessar do trono de Deus. Diante da carranca do sofrimento presente, podemos erguer a nossa voz e dizer como o apóstolo Paulo: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produzirá para nós eterno peso de glória acima de toda comparação" 2 Coríntios 4:16.
Fonte: Igreja Presbiteriana em Santo Anastácio - Rev. Hernandes Dias Lopes

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